Queridos leitores,
o conteúdo deste blog é plenamente voltado a palavra de Deus. Desejo de coração que cada leitura edifique e transforme vossas vidas... Que o Senhor Jesus, seja sempre o centro e Senhor de Tudo, um enorme abraço,
Paz do Senhor, Vanessa de Oliveira.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Argélia


A Argélia está entre os maiores países do planeta. Seu território é o segundo maior do continente africano; apenas dez países no mundo possuem área maior que a sua. O deserto do Saara ocupa quase 91% do território argelino e montanhas separam suas areias da faixa litorânea. Localizada na região norte da África, a Argélia tem fronteiras com a Líbia e a Tunísia ao leste, com o Marrocos ao oeste e com Mali, Mauritânia e Níger ao sul.

População

Dos mais de 30 milhões de habitantes, cerca de 90% vivem na região costeira. Mais da metade da população vive nos centros urbanos. Argel, a capital, é a maior cidade, com 2,5 milhões de habitantes.

Etnicamente, a população argelina é constituída de 80% de árabes, enquanto os 20% restantes pertencem a algumas das muitas tribos berberes presentes no país.

A maioria dos argelinos segue o islamismo. O governo, no entanto, tem procurado manter a Argélia uma nação islâmica de linha moderada, enquanto os fundamentalistas desejam o estabelecimento completo de um Estado islâmico mais severo.

História

Na Antiguidade, as planícies férteis do litoral da Argélia atraíram invasores fenícios, cartagineses e romanos. A cidade de Cartago - que hoje faz parte da Tunísia - era um importante centro cívico e cultural que sucumbiu com toda aquela área diante do Império Romano no ano de 146 a.C. Os romanos dominaram a região até o século V, quando vândalos*, e depois bizantinos, tomaram o poder. Foi durante este último período que o cristianismo foi introduzido na Argélia. No século VII, o islamismo espalhou sua influência por todo o norte da África. Durante esse período, a população argelina tornou-se nômade com o aumento de imigrantes beduínos. Em 1536, os otomanos estabeleceram-se no poder.

Depois de mais de um século de regimento francês, os argelinos lutaram pela independência durante a maior parte da década de 1950, para finalmente alcançá-la em 1962. O primeiro partido político da Argélia, a Frente de Libertação Nacional (FLN), tem dominado desde então.

O sucesso da Frente para Libertação Islâmica (FIS) no primeiro turno das eleições de 1991 levou o Exército argelino a intervir e adiar o segundo turno, de forma a prevenir o que a elite secular temia: um governo extremista no poder. O Exército começou a pressionar o FIS, fazendo com que seus apoiadores atacassem lugares públicos.

Posteriormente, o governo permitiu eleições, apresentando partidos pró-governistas e religiosos moderados. Mas ele não conteve os ativistas, que intensificavam seus ataques. A luta contra eles virou rebelião, culminando na guerra civil de 1992-1998, que resultou em mais de cem mil mortes - muitas delas atribuídas aos extremistas, que massacravam vilas.

Governo

Atualmente, a Argélia é uma república multipartidária. Politicamente o governo permanece estável.

As eleições presidenciais acontecem a cada cinco anos e estão marcadas para abril de 2009.

O Ministro de Assuntos Religiosos dá suporte financeiro às mesquitas e paga o salário dos líderes religiosos. A construção das mesquitas é feita com contribuições privadas dos fieis locais. O Ministério de Comissão Educacional é composto por 28 membros responsáveis pelo desenvolvimento do sistema educacional baseado no Alcorão. A comissão é responsável por impor regras para os professores contratados das escolas e madrassas (escolas religiosas), e assegurar que todos os líderes religiosos possuam o mais alto nível educacional. Eles ensinam de acordo com os regulamentos do governo, voltados para reprimir o extremismo islâmico.

Economicamente, a situação se desenvolveu pouco. Os investidores estrangeiros estão menos tímidos do que antes no apoio aos negócios, especialmente no oeste do país. A Argélia também deve diversificar sua economia, atualmente baseada no petróleo. Ela rendeu uma grande reserva financeira, que, no entanto, não foi usada para reparar muitos problemas sociais e de infra-estrutura do país.

Em agosto de 2008, o país foi palco de ataques terroristas que mataram mais de 79 pessoas. Há um grande grupo terrorista operante no país, chamado al-Qaeda no Magrebe Islâmico (ligado à al-Qaeda). O grupo tem atraído jovens desempregados e ressentidos com o governo.

* N. do E.: Os vândalos eram uma tribo germânica que migrou da costa do Báltico no século I a.C. e chegou até a região espanhola de Andaluzia. Depois de expulsos da Península Ibérica pelos godos, foram para o norte da África, onde, após a captura de Cartago, fundaram um reino independente.


A Igreja


O cristianismo chegou à Argélia ainda no século I, e alguns dos mais proeminentes teólogos da Igreja primitiva vieram desse país: Tertuliano, Cipriano e Agostinho. Disputas, revoltas berberes e ataques dos vândalos enfraqueceram a Igreja argelina no século V. Já no ano 700, a invasão dos exércitos islâmicos reduziu a Igreja de maneira significativa, mas a chegada dos colonizadores franceses, no início do século XIX, permitiu um rápido crescimento. No entanto, com a saída dos franceses do país, a Igreja novamente entrou em declínio.

Atualmente, cerca de um terço dos cristãos da Argélia é estrangeiro. Apesar de haver milhares de cristãos argelinos, eles representam menos que 0,5% da população e organizam cultos em reuniões secretas nos lares.

Por motivos de segurança, principalmente durante a guerra civil, os cristãos se concentraram majoritariamente nas cidades de Oran e Anaba (conhecida como Hipona, cidade onde faleceu Santo Agostinho) na metade da década de 1990. O evangelismo fez crescer a comunidade cristã na Cabília, norte do país. Notoriamente cresceu o número de igrejas domésticas, casas de membros da comunidade cristã, onde os cristãos se reúnem secretamente, por medo de se expor ou por não possuir dinheiro para construir uma igreja. Relatos sugerem que os cidadãos, não os estrangeiros, organizam suas atividades de evangelismo na Cabília.


A perseguição

O islamismo de tradição sunita é a religião oficial do país e testemunhos cristãos não são permitidos. Em março de 2006, foi aprovado o Decreto 06-03, que restringe cultos não-islâmicos. Ele proíbe qualquer ação que "incite, obrigue ou se utilize de meios indutivos objetivando a conversão de um muçulmano para outra religião, ou usando para esse fim estabelecimentos de ensino, educação, saúde, de natureza social ou cultural, ou instituições de treinamento ou qualquer outro estabelecimento, ou recurso financeiro". A punição é de dois a cinco anos de prisão e multa. A lei também proíbe atividade cristã em qualquer lugar que não seja em igrejas reconhecidas pelo governo.

Teoricamente, essa lei dá ao governo o poder de regulamentar os templos não-islâmicos, e também de monitorar a participação nos cultos. Efetivamente, isso permite ao governo fechar igrejas informais, organizadas em casas ou em instalações isoladas.

A sharia (lei islâmica), tal como interpretada no país, não reconhece a conversão do islamismo a qualquer outra religião, assim, a evangelização de muçulmanos é proibida. Entretanto, sob a lei civil, a conversão não é ilegal. Organizações missionárias são autorizadas a realizar atividades humanitárias sem a intervenção do governo conquanto não evangelizem muçulmanos. Conversões do islamismo ao cristianismo acontecem, embora sejam em pequena quantidade. Com frequência, trabalhadores cristãos são ameaçados e atacados por extremistas, muitos sendo martirizados.

Para garantir a segurança e evitar problemas sociais e legais, os ex-muçulmanos praticam sua fé secretamente. Um cristão argelino escreveu:

"Todos sabem sobre o terrorismo que acorrenta nosso país. Foram poucas as mortes entre os cristãos evangélicos até agora, e louvamos a Deus por isso. É difícil estimar o número exato de evangélicos no país. A maioria descende de berberes e são poucos os que descendem de árabes. Muitos vivem em pequenas cidades e vilas, o que dificulta o contato e comunicação com eles. Devido ao terrorismo, viajar pelo país é muito perigoso, o que faz com que as igrejas fiquem isoladas. Recebemos poucos visitantes ocidentais e não somos autorizados a viajar ao exterior.

Não há grande disponibilidade de literatura cristã em berbere e árabe e nem é permitida a sua livre distribuição. Mas apesar de todas as nossas dificuldades, a Igreja continua a crescer."

Em 29 de março de 2008, a ex-muçulmana
Habiba Kouider, 35, foi detida após serem encontradas Bíblias e livros cristãos em sua bagagem de mão. Habiba, que viajava em um ônibus intermunicipal nas proximidades da cidade de Tiaret, foi humilhada e detida por 24 horas, sendo interrogada pela polícia a respeito de sua conversão.

O caso dela foi apresentado a um promotor público que prometeu retirar as acusações caso ela voltasse ao islamismo. Ela se recusou. Habiba foi então acusada segundo o Decreto 06-03 por praticar culto não-muçulmano sem autorização. A promotoria exigiu que ela fosse condenada a três anos de prisão.

Como o caso de Habiba atraiu a atenção internacional, ela ainda não foi sentenciada. Mesmo assim, Habiba sofre abusos por parte da polícia, sendo interrogada e revistada nas ruas de sua cidade.

A convertida também encontrou oposição em sua casa. Seu irmão descobriu que ela era cristã depois que o caso atingiu a imprensa internacional. Ele exigiu que Habiba saísse de casa. Ela está temporariamente na casa de outra irmã, enquanto procura outro lugar para morar.

Até o momento, nenhum cristão argelino foi sentenciado a prisão com base em acusações religiosas. Suspender as sentenças é uma forma de o governo argelino proteger-se de grupos de direitos humanos, mostrando-lhes que não há cristãos condenados nas cadeias. Entretanto, os que estão sob julgamento ou apelando de suas sentenças afirmam que essa publicidade negativa atrapalhou os negócios e a vida familiar.

Em 2007, o pastor Hugh Johnson, de 74 anos, ex-representante da Igreja protestante no país, foi expulso da Argélia. Ele vivia no país há 45 anos e foi ameaçado de ser deportado por causa de suas atividades evangelísticas. A decisão de expulsar o pastor foi tomada depois que ele trouxe uma cópia do Novo Testamento ao país, sem permissão.


Motivos de oração

1. O Decreto 06-03 trouxe dificuldades para a Igreja desde sua implementação em 2006. Ore para que essa lei seja abolida, a fim de que os cristãos argelinos possam praticar sua fé sem medo nem restrições.

2. As tensões têm trazido desunião. Ore pela unidade dos cristãos na Argélia. Peça a Deus para dar sabedoria e um espírito humilde para os líderes das denominações cristãs.

3. Há cristãos argelinos em julgamento, esperando a decisão do juiz. Peça a Deus que faça justiça nesses casos.

4. A situação da Igreja na Argélia parece calma no momento. Mas, a qualquer momento, podem acontecer episódios que desestabilizem a nação. Ore pela paz da Argélia e estabilidade do país.

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